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Industry News

Brazil’s Gavea Closes US$1.1b For Its Next Fund

16 December 2014

(Valor Economico) Gavea closed US$1.1b for its next private equity fund, Gavea Investment Fund V.

A Gávea Investimentos concluiu a captação de pouco mais de US$ 1,1 bilhão (R$ 2,95 bilhões, ao câmbio de ontem) para um novo fundo de private equity, que investe na compra de participações em empresas.

O fundo é o quinto da gestora criada pelo ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e que em 2010 teve o controle vendido para o J.P. Morgan. O volume captado é menor que o do fundo anterior, de 2011, que havia sido o maior já levantado para investimentos em empresas brasileiras, no valor de US$ 1,9 bilhão.

A redução é, em parte, consequência da maior restrição com o país por parte dos investidores estrangeiros, principal fonte dos recursos levantados pelas grandes gestoras de private equity. “Ainda assim, cumprimos nossa meta, que era captar acima de US$ 1 bilhão”, afirma Christopher Meyn, sócio da Gávea responsável pela área de private equity.

Com o dinheiro novo, a gestora amplia o poder de fogo para novos negócios. A escassez de fontes de capital alternativas em um momento de alta na taxa de juros deve favorecer a atuação dos fundos, segundo Meyn. “Mesmo alguns concorrentes, que nos últimos anos vinham se concentrando em outros países, como México e Colômbia, voltaram a buscar ativos no Brasil”, diz.

Além da Gávea, outros dois fundos bilionários de private equity com atuação na América Latina foram fechados nos últimos meses. Em junho, o Pátria Investimentos captou US$ 1,8 bilhão e, no mês passado, a americana Advent levantou US$ 2,1 bilhões, no maior fundo já dedicado à compra de participações em empresas na América Latina.

Apesar das oportunidades, a Gávea será mais seletiva nos investimentos do novo fundo, segundo Meyn. “Levaremos mais tempo para aplicar os recursos do que no fundo anterior”, diz. A expectativa do executivo é que a economia brasileira leve pelo menos dois anos para voltar a apresentar um crescimento robusto.

Em um cenário econômico mais difícil, a gestora deve buscar negócios em setores como saúde e logística, que para o sócio da Gávea apresentam oportunidades de crescimento via consolidação e melhora de margens. A gestora pode investir tanto em empresas de capital fechado como deter participações em companhias abertas.

As gestoras de private equity compram participações em empresas com o objetivo de vendê-las com lucro no futuro. Para Meyn, o valor de entrada nas empresas será fundamental para o resultado dessa nova safra de fundos. “Agora ninguém mais deve pagar pelo sonho, e sim pela realidade das empresas”, diz.

As empresas que compõem atualmente o portfólio da Gávea têm apresentado bons resultados mesmo com a atividade econômica fraca, segundo o executivo. Ele aponta que, mesmo na área de consumo, uma das grandes apostas dos fundos nos últimos anos, a gestora procurou investir em empresas mais protegidas das flutuações da economia, como a produtora de alimentos Camil.

Meyn também destaca o aporte na produtora de papel e celulose Fibria, que na condição de exportadora se beneficia da alta do dólar. A desvalorização cambial é um problema para os fundos de private equity, que precisam entregar retorno aos investidores na moeda americana.

O novo fundo da Gávea levou pouco mais de um ano para ser captado. O processo se estendeu durante o período eleitoral, quando Arminio Fraga se dedicou à campanha do senador Aécio Neves à presidência da República. Com a derrota do candidato tucano, ele está “100% de volta” aos negócios da Gávea, afirma Meyn.